quarta-feira, 11 de abril de 2012

Urso Arctos

Classificação
Nome científico: Ursus arctos
Nome comum: Urso-pardo 
Reino: Animalia
Classe: Mammalia
Filo: Chordata
Ordem: Carnívora
Família: Ursidae
Género: Ursus
Espécie: U. arctos

Características morfológicas/ Comportamento
O urso é um animal plantígrado, ou seja, a sola do seu pé toca totalmente no solo quando se movimenta. A cor da pelagem dos ursos-pardos varia do branco ao castanho-escuro, passando pelo dourado.
O seu tamanho e peso são muito variáveis. Os ursos menores podem pesar apenas 70 kg, ter aproximadamente 90 cm de altura e 1,70 m de comprimento, enquanto que, em alguns ursos, já foram registados pesos acima de 1 tonelada, alturas de 1,50 m e 3 m de comprimento. É o mais temível dos ursos devido a, na sua idade adulta, poder assumir 1,20 m de altura até a cernelha (junção das espáduas e cabeça do animal), e um comprimento total de 2 a 3 metros.
O urso-pardo é um animal omnívoro. A sua dieta abrange vários tipos de alimentos como mariposas, larvas, frutas silvestres, mel, pequenos roedores, carniça e grandes animais como cervos e alces. Normalmente evitam a presença dos seres humanos mas, uma vez que um urso-pardo vê o homem como uma a fonte de alimento, ou por se alimentar do lixo ou porque é alimentado por turistas, ele pode vir a tornar-se um animal perigoso. Animais que desenvolvem hábitos alimentares dependentes da presença humana acabam normalmente mortos pelas autoridades.
Quanto ao seu comportamento o urso-pardo é um animal solitário, porém sabe conviver pacificamente quando existe abundância de alimento. Durante o inverno, ele procura covas e cavernas para entrar em estado de letargia (hibernação), que pode durar até sete meses. Durante esse período a sua temperatura corporal está entre os 32 °C e os 35 °C, e sua respiração e batimentos cardíacos diminuem drasticamente de ritmo. Durante este período de hibernação não come, não urina e não defeca, utilizando apenas a energia da sua gordura. Se for perturbado durante esse período não consegue dormir de novo. Sem nada para comer, pode, em casos destes, atacar o gado. O urso-pardo hiberna devido à falta de comida no inverno; no cativeiro não hiberna. Vive aproximadamente entre os 25 e os 30 anos (máximo conhecido em estado selvagem é de 34 anos e em cativeiro é de 47 anos).


Reprodução
A maturidade sexual da fêmea dá-se por volta dos seis anos, permanecendo fértil até os 30 anos de idade. Os machos atingem a maturidade sexual entre os quatro anos e meio e os sete anos de idade mas apenas atingem o tamanho necessário para se tornarem reprodutores entre os oito e os dez anos. Apenas se aproximam das fêmeas durante o período de acasalamento, entre maio e julho. É durante esse período que ocorrem lutas entre os machos e formam-se casais durante curtos períodos de tempo.
A implantação do ovo na mucosa uterina é retardada por quatro a sete meses, de modo que a gestão apenas se inicia no período de letargia, de outubro a dezembro, que apenas dura 60 dias. O período de gestão dura apenas 60 dias devido ao risco de sobrevivência a que a cria e a mãe estão sujeitas. Entre janeiro e março nascem normalmente duas crias no refúgio de inverno. O urso recém-nascido é extremamente pequeno, medindo 22 ou 23 centímetros e pesando menos de 400 gramas. São cegos e sem dentes e só têm bem formadas as unhas dos membros anteriores. Estão cobertos de pelagem com pelos finos esbranquiçados que rapidamente escurece. Aos seis meses são mais claros e aos 16 meses adquirem a pelagem do adulto de cor que varia do negro intenso ao amarelo claro passando pelo pardo. A fecundidade da espécie é elevada, dando as fêmeas à luz, de dois em dois anos, uma ou duas crias, conforme a idade. Eles são amamentados pela mãe em, aproximadamente, um ano e meio. O leite dos ursos é espesso, viscoso e rico em gorduras e proteínas.
A mãe ensina as suas pequenas crias, entre três e quatro anos, tudo o que precisam para sobreviver quando forem adultos solitários. Depois disso as crias ficam por sua conta, procurando um território onde mais tarde vão criar a sua própria família.


Habitat e distribuição geográfica
É um animal que vive na Europa, Ásia e América do Norte, apoderando-se de vastos territórios nestas zonas.
Em Portugal, o urso pardo, provavelmente extinguiu-se entre o século XVII e XIX embora no século XX alguns foram vistos temporariamente, vindos das serras de Espanha.
Recentemente, em 2005 foram encontradas pegadas de urso-pardo em Peña Trevinca a cerca de 20 km de Portugal (Parque Natural de Montesinho). Acredita-se que durante estes últimos anos, o êxodo rural, o aumento da área de carvalhal e do número de ungulados selvagens, foi favorável à expansão do urso-pardo, nesta região da Península Ibérica. Aqui só já pode ser encontrado nas montanhas da Cantábria, no Norte de Espanha, onde se pensa poder existir a viver em liberdade pouco mais de 80 animais.
Na América, o urso-pardo é conhecido como urso grizzly, porque as pontas da sua pelagem são cinza-prateado (“grizzly” significa “cinzento). A área das subespécies da Euro-Ásia estende-se da Escandinávia à Península Kamchatka, e vai até o sul da Grécia e do Iraque.
O urso-pardo tende a estabelecer-se em tundras e regiões montanhosas isoladas, com vastas extensões de florestas, que oferecem suficiente comida. Em média, um urso requer uma área de 100 quilómetros quadrados. O tamanho do território varia de acordo com a quantidade de comida que pode oferecer.


 Estatuto de conservação da espécie e principais ameaças
O urso pardo é uma espécie que não está totalmente ameaçada, mas a sua área de distribuição atual é muito limitada.
No princípio do século XIX, já estava limitada apenas às zonas montanhosas porque os ursos eram vistos como predadores do gado e como “competidores” do espaço. Foi nesse século que desapareceram os ursos do Norte de África.
 Na Europa, só já existem populações de ursos isoladas. Na América do Norte, encontram-se principalmente em áreas protegidas. Na Rússia ainda são relativamente abundantes, mas a exploração de recursos no leste da sibéria está a colocar esta espécie em perigo, devido à redução e destruição do habitat.
A perda de habitat é um fator muito importante de ameaça à espécie, pois os ursos pardos requerem muito espaço de forma a manter a variabilidade genética e evitar a consanguinidade.
Podemos afirmar que as principais causas que põem o urso-pardo em perigo são a destruição dos seus habitats naturais e os caçadores furtivos. Os incêndios florestais também destroem os seus ecossistemas e a poluição também pode ser considerada como fator de diminuição da espécie.


Medidas de prevenção ou recuperação
O urso pardo já ocupou toda a Península Ibérica e desde 1973 a espécie está protegida e a sua caça proibida em todo o território Espanhol. Em Espanha, está declarada como espécie em perigo de extinção.
Como medida de proteção do urso pardo, o governo espanhol anunciou um investimento de 1,7 milhões de euros na recuperação do habitat do urso.
Foram realizados projetos para a recuperação de corredores ecológicos para o urso pardo nas Astúrias, nomeadamente a plantação de árvores locais. Outra intervenção de conservação do habitat foi a regeneração natural da floresta para aumentar o habitat do urso na Galiza.
De acordo com o presidente da Fundação Urso Pardo, 2010 foi um ano magnífico para o urso pardo, pois mais de vinte fêmeas tiveram crias. Para além disso verificou-se uma redução na caça ilegal e no número de ursos encontrados envenenados.
Existem vários Parques Naturais que preservam esta espécie; o urso pardo, espécie ameaçada de extinção, é o símbolo emblemático de Somiedo e o principal responsável pela criação deste parque. Aqui, refugia-se um dos maiores núcleos da população cantábrica ocidental desta espécie no seu estado selvagem.
 O urso–pardo está sob proteção oficial dentro do Parque de Yellowstone, cujo território se espalha por aqueles três Estados. A  proteção oficial data de 1975, quando sua população tinha caído para perto de 200 animais, por causa da caça e da erosão do seu habitat. Desde então, a população dos ursos cinzentos vem crescendo e em 2005 contava com 600 animais.

Curiosidades
ü  A primeira vez que apareceu um urso, o seu tamanho era semelhante a de uma raposa. A pouco e pouco a evolução foi tornando esta espécie mais corpulenta, aumentando o seu peso gradualmente.
ü  Os ursos-pardos ibéricos são os mais pequenos do mundo.
ü  Apesar de sua visão ser fraca é um ótimo caçador. Sente todos os cheiros de longe.
ü  O urso-pardo é um dos poucos animais capazes de se pôr em duas patas.
ü  Na época do cio, os machos marcam o seu território marcando as árvores com arranhadelas e esfregando-se de forma a deixar o seu odor.
ü  O óvulo fecundado começa a crescer quase que imediatamente. Mas o embrião pára de desenvolver-se quando é só uma bolinha mínima de células. Essa bola oca flutua no aparelho reprodutor da fêmea durante cinco meses e só recomeça a crescer quando ela está pronta para hibernar.
ü  A amamentação é uma sobrecarga e quando a fêmea sai da toca na primavera, ela perdeu cerca de um quarto do seu peso.
ü  As brincadeiras violentas dos jovens ursos-pardos exercitam habilidades que serão necessárias na vida adulta, e mostram os limites de sua força.
ü  A estação de pesca dos ursos pardos da América do Norte é em julho, quando o salmão sockeye sobe os rios para desovar no Canadá e Alasca.
ü  Após vários meses de cuidado com os filhotes, chega o dia em que a fêmea do urso leva-os para cima de uma árvore, exatamente como fez sempre que houve perigo. Mas desta vez é diferente: ela irá abandoná-los. É sua forma de lhes dizer que, a partir daquele instante, eles estão sozinhos.
ü  O Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF), desenvolveu uma lata de lixo à prova de ursos. A iniciativa tem como objetivo evitar que os ursos entrem nas cidades para procurar alimento.





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